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Odete Righi Bertoluzzi, mais conhecida como Odete Lara foi uma atriz, cantora e escritora brasileira. Abandonou sua carreira, converteu-se ao budismo e partiu para um auto-exílio num sítio em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Era filha única de Giuseppe Bertoluzzi e Virgínia Righi, imigrantes de Belluno, norte da Itália. Sua mãe cometeu suicídio quando Odete tinha seis anos, fato que motivou sua internação num orfanato de freiras. Anos depois foi viver na casa de sua madrinha. Era fortemente apegada ao pai, seu único referencial afetivo, mas ele, vitimado por uma tuberculose, viu-se obrigado a ficar afastado da filha. Giuseppe faleceu quando Odete tinha 18 anos, também por suicídio. Seu primeiro emprego foi como secretária e datilógrafa. Incentivada por uma amiga, fez curso de modelo no Museu de Arte Moderna de São Paulo e participou do primeiro desfile da história da moda brasileira, realizado no próprio MASP. Sua beleza deslumbrou Otomar dos Santos, que a indicou para a então recém-inaugurada TV Tupi, de Assis Chateaubriand. Iniciou seus trabalhos na televisão como garota-propaganda. Em seguida participou da versão televisiva de Luz de Gás, com Tônia Carrero e Paulo Autran, depois Branca Neve e os sete anões, onde interpretou a Rainha Má. Odete Lara se tornou estrela do "TV de Vanguarda", uma das maiores atrações da TV Tupi. Algumas telenovelas em que atuou nessa emissora foram: As Bruxas, A volta de Beto Rockfeller e Em Busca da Felicidade. Foi contratada pelo grupo teatral do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e estreou na peça Santa Marta Fabril S/A, dirigida por Adolfo Celi. Seu primeiro filme foi O gato de madame (1956), ao lado de Mazzaropi, a convite do autor Abílio Pereira de Almeida. A última atuação no cinema se deu no longa-metragem O Princípio do Prazer (1979). Foi cantora nos espetáculos, Skindô, ao lado de Vinícius de Moraes, que também foi gravado em disco; Eles e Ela, com Sérgio Mendes; Meu refrão, com Chico Buarque e Quem samba fica, com Sidnei Miller. Participou também no LP Contrastes. Publicou três livros autobiográficos, Eu nua, Minha jornada interior e Meus passos na busca da paz. Traduziu várias obras do budismo. Foi casada com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho e com o diretor de cinema Antonio Carlos Fontoura. Namoradeira assumida, também teve um caso com o novelista Euclydes Marinho. Por problemas graves de saúde, retornou a capital fluminense, residindo no bairro tradicional do Flamengo, com uma dama de companhia. Odete Lara morreu em 4 de fevereiro de 2015, aos 85 anos, vítima de um infarto enquanto dormia. Seu corpo foi cremado no Cemitério Luterano, Nova Friburgo. O filme Lara foi baseado na história de sua vida.