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No longa de estreia da portuguesa Catarina Vasconcelos, os mistérios habitam os detalhes. A passagem do tempo é sentida nas imagens da memória, presentificadas nos corpos e paisagens rigorosamente encenados para a câmera. Neste filme-ensaio afetivo, a escrita de si feminina, consciente de seu próprio caráter fabular, desdobra-se nas brechas de um caleidoscópio familiar: entre pai e filha, avó e neta, com a ausência espaçosa da palavra mãe. À narração over, também partilhada poeticamente, cabe o gesto de alinhavar instantes perdidos, resgatar a História de um país que reluta em mudar, forjar novos laços e genealogias por meio (e por causa) do cinema.